Olimpíada de Língua Portuguesa: Textos selecionados

A Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro desenvolve ações de formação de professores com o objetivo de contribuir para a melhoria do ensino da leitura e escrita nas escolas públicas brasileiras.

A Olimpíada tem caráter bienal e, em anos pares, realiza um concurso de produção de textos que premia as melhores produções de alunos de escolas públicas de todo o país. Na 3ª edição participam professores e alunos do 5º ano do Ensino Fundamental (EF) ao 3º ano do Ensino Médio (EM), nas categorias: Poema no 5º e 6º anos EF; Memórias no 7º e 8º anos EF; Crônica no 9º ano EF e 1º ano EM; Artigo de opinião no 2º e 3º anos EM. Nos anos ímpares, desenvolve ações de formação presencial e a distância, além da realização de estudos e pesquisas, elaboração e produção de recursos e materiais educativos.

Uma iniciativa do Ministério da Educação (MEC) e da Fundação Itaú Social, com coordenação técnica do Cenpec — Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária,  a Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro tem como parceiros na execução das ações o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e o Canal Futura.

O tema dos textos é "O lugar onde vivo".

Seguem os textos selecionados em nossa escola e que participarão da seleção municipal.

Categoria: Poemas

Professor(a): Beatriz dos Santos Clemente Machado Aluno(a): Bruno Gabriel Zoqbi Teixeira Título: Isso é que é lugar! Texto: Granada é tão bonito mais parece um paraíso, tem pessoas muito boas e fazemos bons amigos. Se todos ajudarem tudo pode melhorar, é só fazer a nossa parte Para poder tudo mudar. Nas riquezas de Granada não prestamos atenção, Se soubermos aproveitar A riqueza é de montão!

Categoria: Memórias literárias

Professor(a): Beatriz dos Santos Clemente Machado
Aluno(a): Mateus da Silva Abreu
Título: Lembranças dos Velhos Tempos

Texto:
Granada foi o nome dado a este distrito, pois havia muitas pedras vermelhas por aqui. Vieram famílias de Abre Campo que formaram as primeiras comunidades e numa dessas que vivi os melhores momentos de minha vida. Nunca me esquecerei dos finais de semana, em que reunia-se toda a família ao redor de uma fogueira enorme, que iluminava a noite escura. E, assim, cada um que estava presente contava uma história. E com os meus dez anos me lembro que ficava ouvindo, e ao mesmo tempo deixava a imaginação correr solta como o vento. Aquilo era melhor que qualquer coisa que vocês possam sequer imaginar nos seus melhores sonhos. 

Então fui crescendo e aquela diversão ficou para trás, comecei trabalhar pesado nos canaviais. A cana era transportada em carros-de-bois para os engenhos, onde se fabricava um melado tão doce que não tenho palavras para descrevê-lo. Ele era transformado em rapadura, que minha mãe usava para preparar um café fresquinho, com cheiro maravilhoso e com aroma inconfundível. 

Hoje olho para este lugar onde vivo e me lembro daqueles tempos em que tudo isso era mais verde, mais alegre - Que bons tempos aqueles!-

Naquele tempo tudo era tranquilo, todo mês íamos assistir a missa na igreja de Granada. Não era fácil como hoje em que as pessoas vão em seus automóveis. As vezes, a gente ia em carros de boi, e outras vezes a pé, mas nada estragava o prazer de chegar lá e ver a igreja. 

Naquele tempo ela era mais rústica do que atualmente. O chão era de piso grosso, não tinha as escadas na entrada, não fazia diferença alguma, o que importava mesmo, era estar lá. 

Uma coisa que jamais me esquecerei foi o dia que eu vi pela primeira vez a televisão na casa do meu tio - Eu só conheci o aparelho quando tinha vinte anos - NOSSA! Aquilo foi incrível. Poder ver os programas, - pena que era só nos finais de semana. Antigamente as TVs eram grandes, feitas de um material diferente das de hoje. A imagem era bastante ruim totalmente diferente das atuais. Nossa! Eu até me perco no tempo, quando me lembro de como eram as coisas naquela época. Pena que tudo já se passou, mas uma coisa eu sei que jamais irá passar, as memórias que eu tenho deste querido lugar - bom, e para encerrar só me falta uma palavra que saiu do ar, mas acabei de me lembrar "FIM".

Categoria: Crônicas

Professor(a): Renata Batistina Teixeira Oliveira
Aluno(a): Raquel Teixeira Assis
Título: Belezas Naturais do Lugar Onde Eu Vivo

Texto:
Mal clareou o dia e os passarinhos começaram a cantar em plena manhã de sábado. Se fosse outro dia, com certeza ficaria irritada com os pobres bichinhos por me acordarem tão cedo. Mas como hoje estava de bom humor, comecei a ouvir e prestar atenção na bela melodia. Abri a janela e vi uma linda manhã ensolarada. Dei um pulo da minha cama e saí para fazer caminhada ao ar livre perto da minha casa. Fui andando pelo mesmo trajeto que faço para chegar até o ponto em que eu e os alunos da vizinhança esperamos pelo ônibus que nos leva até à escola. Mas, ao contrário dos dias de aula, fui andando devagar observando bem as coisas que passavam despercebidas sob meu olhar. Eu nem imaginava que naquele caminho que passo quase todos os dias, poderia encontrar tantas belezas naturais. Uma das coisas que me fascinou muito foi a cachoeira, aquela água clarinha batendo sobre as pedras. Fiquei horas admirando, encantada com a beleza dela e de vários passarinhos que vinham até ela se refrescar e tomar banho ouriçando suas asinhas dentro da água. Um verdadeiro espetáculo. Confesso que me diverti mais do que se ficasse em casa assistindo televisão e também aprendi muito com as belezas que a natureza presenteou o lugar onde vivo.

Categoria: Artigo de Opinião

Professor(a): Beatriz dos Santos Clemente Machado
Aluno(a): Geraldo Magela Ferreira da Silva
Título: Reflexos do Progresso

Texto:
Granada é um distrito localizado na zona da Mata Leste, no município de Abre Campo. Sendo produtor de café, milho, feijão e leite tem sua economia voltada basicamente para a agropecuária, gerando emprego e renda para a região. Mas, todas essas características foram parcialmente modificadas pela construção de duas usinas hidrelétricas em nossa região. A primeira barragem foi construída em 1998 na Cachoeira do Emboque, município de Raul Soares. Entretanto, grande parte da represa está situada no distrito de Granada. Já a segunda foi construída a poucos quilômetros acima de Granada, no ano de 2002. E, aos poucos, as casas, os campos de plantação e toda aquela bela paisagem foi cedendo lugar a uma imensidão de água. Em nome do "progresso", muitas pessoas trocaram suas terras e sua dignidade por dinheiro. 

As pessoas desapropriadas receberam uma boa quantia em dinheiro como indenização. Apesar disso, essa indenização foi insignificante diante do grande desequilíbrio ambiental causado pela construção dessas represas. Na época, a companhia Força e Luzes Cataguazes-Leopoldina, responsável pela construção das barragens, elaborou um projeto de reflorestamento para compensar as áreas desmatadas. As mudas foram plantadas, mas não foram devidamente cuidados e a maioria acabou morrendo. 

As poucas que sobreviveram, agora, estão morrendo, pois não são espécies típicas da região, por tanto não estão adaptadas ao nosso clima. Mais de uma década depois, os reflexos do progresso são visíveis. Devido á pouca cobertura vegetal, a água das enxurradas levam a terra dos pastos e estradas para dentro das represas, desencadeando um grave problema de assoreamento. Esse fenômeno diminui a capacidade de armazenamento das represas, concomitantemente, aumenta o nível da água; isto faz com que nos períodos de chuvas a água do rio invada as ruas, alagando as casas e deixando para traz um rastro de sujeira e mau cheiro. 

Outro problema é a invasão de animais selvagens. Por falta de alimento, capivaras e outros animais invadem as poucas plantações que restaram provocando destruição e prejuízo aos produtores. Para minimizar pelo menos parte desse problema é preciso tomar algumas medidas essenciais como a elaboração de um projeto para modificar a infra-estrutura do distrito de Granada, que seria a transferência da rua São Lourenço para outro local, sem risco de alagamentos. 

Outra medida também essencial seria o reflorestamento das margens das duas represas, formando uma boa cobertura vegetal para filtrar a água das enxurradas e servir de abrigo e alimento aos animais. Por fim, é necessário dizer que o "progresso" quando não é devidamente planejado pode provocar consequências irreparáveis. Cabe a nós decidir se é esse o futuro que queremos. É essencial investir em fontes renováveis de energia, que não agridam o meio ambiente. Necessitamos de um desenvolvimento mais sustentável que atenda nossas necessidades sem comprometer os recursos naturais do planeta para as gerações futuras.